quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Basílica de Nossa Senhora Aparecida

Já que estou iniciando o Blog, nada mais justo do que começar as postagens com fotos e informações de minha cidade, que apesar de seus inúmeros problemas como qualquer outra cidade, é com certeza uma cidade abençoada por Deus.

Aparecida está localizada no vale do Rio Paraíba do Sul, a leste da capital do Estado de São Paulo, o acesso mais comum a cidade é pela Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra - BR 116.

Abaixo segue um pequeno texto, com partes extraídas da Homilia do Santo Padre João Paulo II, na ocasião de sua visita Apostólica e da Consagração da Basílica em 1980.

  “Viva a Mãe de Deus e nossa / sem pecado concebida! / Viva a Virgem Imaculada, / a Senhora Aparecida!”.
1. Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com Aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da Sua vida (cf. Jo 19,26) para ser nossa Mãe.
Em nenhum outro lugar este canto adquire tanta significação e tem tanta intensidade quanto neste lugar onde a Virgem, há mais de dois séculos, marcou um encontro singular com a gente brasileira.
Com razão para aqui se voltam, desde então, os anseios desta gente, aqui pulsa, desde então, o coração católico do Brasil. Meta de incessantes peregrinações vindas de todo o País, está é, como já disse alguém, a “Capital espiritual do Brasil”.
É um momento particularmente emocionante e feliz em meu itinerário brasileiro, este em que convosco, representando aqui todo o povo brasileiro, tenho meu primeiro encontro com a Senhora Aparecida.
2. Li com religiosa atenção, preparando-me espiritualmente para esta romaria à Aparecida, a simples e encantadora narrativa da imagem que aqui veneramos. A inútil labuta dos três pescadores buscando o peixe nas águas do Paraíba, naquele longínquo 1717. O inesperado encontro do corpo e depois da cabeça da pequena imagem de cerâmica enegrecida pelo lodo. A pesca abundante que se seguiu ao achado. O culto, logo iniciado, a Nossa Senhora da Conceição sob as aparências daquela estátua trigueira, carinhosamente chamada “a Aparecida”. As graças de Deus abundantes em favor dos que aqui invocam a Mãe de Deus.
Do primitivo e tosco oratório  o “altar de paus” dos velhos documentos  à Capela que o substituiu e aos vários e sucessivos acréscimos, até à Basílica antiga de 1908, os templos materiais aqui erguidos são sempre obra e símbolo da fé do povo brasileiro e do seu amor para com a Santíssima Virgem.
Depois, são conhecidas as romarias, nas quais tomam parte, no decorrer dos séculos, pessoas de todas as classes sociais e das mais diversas e distantes regiões do País. Foram, no ano passado, mais de cinco milhões e quinhentos mil os peregrinos que por aqui passaram. O que buscavam os antigos romeiros? O que buscam os peregrinos de hoje? Aquilo mesmo que buscavam no dia, mais ou menos remoto, do Batismo: a fé, e os meios de alimentá-la. Buscam os sacramentos da Igreja, sobretudo a reconciliação com Deus e o alimento eucarístico. E voltam revigorados e agradecidos à Senhora, Mãe de Deus e nossa.
3. Multiplicando-se neste lugar as graças e benefícios espirituais, Nossa Senhora da Conceição Aparecida é solenemente coroada em 1904, e, há exatamente 50 anos, em 1930, é declarada Padroeira principal do Brasil. Mais tarde, em 1967, cabe a meu venerável Predecessor Paulo VI conceder a este Santuário a Rosa de Ouro, querendo com tal gesto honrar a Virgem e este lugar sagrado e estimular o culto mariano.
E chegamos aos nossos dias: diante da necessidade de um templo maior e mais adequado ao atendimento de romeiros sempre mais numerosos, o audacioso projeto de uma nova Basílica.
Durante anos de incessante trabalho, a imensa e corajosa empresa que foi a construção do imponente edifício. E hoje, superadas não poucas dificuldades, a esplêndida realidade que podemos contemplar. A ela ficarão ligados muitos nomes de arquitetos e engenheiros, de humildes operários, de generosos benfeitores, de sacerdotes consagrados ao Santuário. Um nome avulsa entre todos e simboliza todos: o do meu irmão Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, grande incentivador deste novo templo, casa materna e solar da Rainha, Nossa Senhora Aparecida.
4. Venho, pois, consagrar esta Basílica, testemunho da fé e devoção mariana do povo brasileiro; e o farei com comovida alegria, após a celebração da Eucaristia.
Este templo é morada do “Senhor dos senhores e Rei dos reis”(cf. Ap 17, 14). Nele, tal a Rainha Ester, a Virgem Imaculada, que “conquistou o coração” de Deus e em quem “grandes coisas” fez o Onipotente (cf. Est 5, 5; Lc 1, 49), não cessará de acolher numerosos filhos e interceder por eles: “Salva meu povo, eis o meu desejo”(cf. Est 7, 3).
5. Este templo é imagem da Igreja. Igreja que, “à imitação da Mãe do seu Senhor, conserva pela graça do Espírito Santo virginalmente íntegra a fé, sólida a esperança e sincera a caridade” (Lumen Gentium, 64).
A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escuta a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo d’Ele as graças desejadas.

Rezemos com Maria e por Maria: Ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.



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