terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Demônio existe?





Por: Fernando de A. Correia
Site Veritatis Esplendor

                          Várias pessoas, inclusive os Papas, têm chamado a atenção dos católicos para a importância de estar consciente da existência, natureza e ação dos demônios. Por exemplo:

"Quais são hoje as maiores necessidades da Igreja? Não deixem que a minha resposta os surpreenda como sendo simplista e, ao mesmo tempo, supersticiosa e fora da realidade. Uma das maiores necessidades da Igreja é a defesa contra este mal chamado Satanás. O diabo é uma força atuante, um ser espiritual vivo, perverso e pervertedor; uma realidade misteriosa e amedrontadora." (Papa Paulo VI, L'Osservatore Romano, 24/11/1972)
"É claro que o pecado é um produto da liberdade do homem. Porém, no profundo dessa realidade humana, existem fatores em ação que a colocam para além do meramente humano, na área limite onde a consciência do homem, a sua vontade e a sua sensibilidade estão em contato com as forças das trevas. Elas, de acordo com São Paulo, estão ativas no mundo quase a ponto de dominá-lo (Rm 7,7-25; Ef 2,2; 6,12)" (Papa João Paulo II, Exortação Apostólica à Reconciliação e à Penitência, julho 1993)
Neste trabalho, procuramos apresentar os ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica a respeito da existência dos demônios, em linguagem simples, para ser mais acessível. Aqui não há idéias particulares, mas somente o que a Igreja Católica atesta serem verdades de fé em que todo católico deve acreditar.
Em resumo, a Igreja nos ensina que existem seres chamados demônios, que eram anjos, autoconscientes e inteligentes, que se revoltaram contra Deus, e que espalham o mal no mundo. O chefe destes anjos é Lúcifer, chamado de Satanás ou Diabo.
É por isso que antes de receber os sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia o católico deve renunciar a Satanás e todas as suas obras.


Os Anjos (§328-330)
A existência de seres espirituais, não-corporais, que a Sagrada Escritura chama de anjos, é uma verdade de fé. São criaturas puramente espirituais, dotadas de inteligência e vontade. São criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis.


A Queda dos Anjos (§391-395)
A desobediência dos primeiros pais (Adão e Eva) foi incitada por Satanás, o Diabo. Ele é um ser, um anjo destronado. Antes ele era um anjo bom, criado por Deus. Mas agora ele se opõe a Deus e por inveja, leva os homens à morte. O Diabo e os outros demônios foram criados bons por Deus e se tornaram maus por sua própria iniciativa.
Esses anjos cometeram um pecado. Essa queda foi uma opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram de forma total e definitiva a Deus e o seu Reino. Temos um reflexo desta rebelião nas palavras que o Tentador disse a nossos primeiros pais: "Vocês serão como deuses."
O Diabo é pecador desde o princípio, assassino desde o princípio e pai da mentira. Ele até chegou a tentar desviar Jesus de sua missão. Pois Jesus se manifestou para destruir as obras do Diabo.
Mas o poder de Satanás não é infinito. Ele é poderoso por ser um espírito, mas é apenas uma criatura. Não pode impedir a edificação do Reino de Deus. Ele age no mundo por ódio a Deus e ao seu reino em Jesus Cristo.
Deus permite que o Diabo aja, e isso é um grande mistério, mas nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam.


Um Duro Combate (§407-411)
Pelo pecado original o Diabo adquiriu uma certa dominação sobre o homem, embora este continue livre. O pecado original causa a servidão debaixo do poder daquele que tinha o império da morte, isto é, do Diabo.
O mundo está em uma situação dramática: o mundo inteiro está sob o poder do Maligno.
Mas Deus não nos abandonou. Deus anunciou o combate entre a serpente (o Diabo) e a Mulher (Maria Imaculada) e a vitória final de Jesus Cristo.


O Nome de Jesus (§434)
A Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador, pois a partir de agora é o nome de Jesus que manifesta totalmente o poder supremo do nome acima de todo nome. Os espíritos maus temem seu nome.


A Tentação de Jesus (§538-539)
Após o retiro de Jesus ao deserto, Satanás o tentou por três vezes. Pela sua obediência a Deus, Jesus tornou-se o vencedor do Diabo. Ele venceu o Tentador por nós.


Jesus Desceu à Mansão dos Mortos (§635)
Cristo desceu às profundezas da morte. Jesus, o Príncipe da vida, destruiu pela morte o dominador da morte, isto é, o Diabo.
Por isso, ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e nos Infernos.


A Obra de Cristo na Liturgia (§1086)
Jesus nos libertou do poder de Satanás e da morte e nos transferiu para o reino do Pai.


O Batismo (§1237)
Como o Batismo significa a libertação do pecado e do seu instigador, o Diabo, pronuncia-se um exorcismo sobre o candidato. Este é ungido com o óleo dos catecúmenos ou então o celebrante impõe-lhe a mão, e o candidato renuncia explicitamente a satanás.


Exorcismo (§1673)
Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influência do maligno e subtraídos a seu domínio, fala-se em exorcismo. Jesus o praticou e é dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar.
O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. Antes de celebrar o exorcismo, é importante ter certeza de que se trata de uma presença do maligno e não de uma doença.


O Homem Imagem de Deus (§1708)
Pela sua paixão, Cristo livrou-nos de Satanás e do pecado.


A Idolatria (§2113)
Existe idolatria quando o homem presta honra e adoração a uma criatura em lugar de Deus. Por exemplo: deuses ou demônios - o satanismo.


A Mentira (§2482)
Mentira é dizer o que é falso com a intenção de enganar. O Senhor denuncia na mentira uma obra do Diabo: Vós sois do diabo, vosso pai, ... nele não há verdade: quando ele mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.


A Inveja (§2538)
É pela inveja do demônio que a morte entrou no mundo.


Livrai-nos do Mal (§2851-2855, 2864)
Neste pedido da oração do Pai-Nosso, o Mal não é uma abstração (uma idéia, uma força, uma atitude), mas designa uma pessoa: Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus.
O Diabo é aquele que se atravessa no meio do plano de Deus e de sua obra de salvação realizada em Cristo.
Assassino desde o princípio, mentiroso e pai da mentira, Satanás, sedutor de toda a terra habitada. Foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo e é por sua derrota definitiva que a criação toda inteira será liberta da corrupção do pecado e da morte.
Nós sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca; o Gerado por Deus se preserva e o Maligno não o pode atingir. Nós sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno.
O Senhor que arrancou vosso pecado e perdoou vossas faltas está disposto a vos proteger e a vos guardar contra os ardis do Diabo que vos combate, a fim de que o inimigo, que costuma engendrar a falta, não vos surpreenda. Quem se entrega a Deus não teme o Demônio. Se Deus é por nós, quem será contra nós?
A vitória sobre o príncipe deste mundo foi alcançada, de uma vez por todas, na Hora em que Jesus se entregou livremente à morte para nos dar a sua vida. É o julgamento deste mundo e o príncipe deste mundo é lançado fora. Ele põe-se a perseguir a Mulher (Maria), mas não tem poder sobre ela: a nova Eva, cheia de graça por obra do Espírito Santo, é libertada do pecado e da corrupção da morte (Imaculada Conceição e Assunção da Santíssima Mãe de Deus, Maria, sempre virgem).
Enfurecido por causa da Mulher, o Dragão foi então guerrear contra o resto dos seus descendentes. Por isso o Espírito e a Igreja rezam: Vem, Senhor Jesus, porque sua Vinda nos livrará do Maligno.
Ao pedir que nos livre do Maligno, pedimos igualmente que liberte de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador.
O príncipe deste mundo atribuíra a si mentirosamente os três títulos de realeza, poder e de glória; Cristo, o Senhor, os restitui a seu Pai e nosso Pai, até entregar-lhe o Reino quando será definitivamente consumado o Mistério da salvação e Deus será tudo em todos.
Neste pedido, "livrai-nos do mal", o cristão pede a Deus, com a Igreja, que manifeste a vitória, já alcançada por Cristo, sobre o Príncipe deste mundo, sobre Satanás, o anjo que se opõe pessoalmente a Deus e a seu plano de salvação.
Por: Fernando de A. Correia
Site Veritatis Esplendor


Breve História de Aparecida




Aparecida, a cidade que nasceu de um milagre no longínquo ano de 1717, lá se vão 294 anos, quase três séculos de História. Aparecida, nome carinhosamente adotado depois do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição, nas aguas do rio Paraíba do Sul.

No ano de 1717 três pescadores. Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves entraram para a História de Aparecida, do Brasil e da Igreja, eram moradores da então “povoado” que viria a ser a terra da Padroeira.

Tudo aconteceu de uma maneira singular, estava de passagem pela vila de Santo Antônio de  Guaratinguetá, Dom Pedro de Almeida e Portugal, O Conde de Assumar,  Governador da Província de São Paulo e das Minas Gerais. Devido a presença ilustre, a câmara de Guaratinguetá encarregou os pescadores acima citados a trazer quanto peixe pudessem pescar, a fim de oferecerem um banquete ao Conde de Assumar que aguardava na vila a chegada de sua bagagem, que estava sendo transportada por terra de Parati.

Apesar da labuta incansável, já bem distante da Vila de Guaratinguetá e próximo ao atual porto Itaguaçu os três pescadores desanimados nada conseguiam, e já preocupados em não poder suprir de pescado o banquete que se aproximava tentaram pela última vez lançando as redes sem muito esperar. Qual não é a surpresa! Algo vinha emaranhado nas malhas, depois de examinar o objeto encontrado, viram tratar-se de uma pequenina imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Limpando e colocando o achado dentro da embarcação, agora mais curiosos, lançam novamente as redes às aguas barrentas do rio Paraiba.  Outra surpresa! Mais uma vez algo vinha nas redes, algo pequeno, leve, que por milagre não escapou por entre as malhas, surpresos e maravilhados viram tratar-se da cabeça da pequenina imagem. Sentiram-se tocados, a probabilidade de um fato como esse ocorrer esta muito aquém do entendimento dos simples pescadores. Tratava-se do primeiro milagre atribuído a Nossa Senhora, a “Aparecida”.

Ainda incrédulos, os três lançaram mais uma vez suas redes..., eram tantos peixes que quase não se podia trazê-los a bordo. Após mais algum tempo de pescaria, já tinham tanto pescado que a pequena canoa quase não suportava o peso, e jazia prestes a afundar.

Durante quinze anos, a imagem foi protegida por Filipe Pedroso e sua família, em sua casa, onde se reuniam vizinhos e parentes para rezar e venerar a Santa, que se tornava conhecida pelos milagres que realizava. Atanásio Pedroso, filho de Filipe, construiu um oratório para a Santa, que logo se tornou pequeno, devido ao grande número de devotos que por ali passavam.




Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá, com autorização do Bispo do Rio de Janeiro, construiu a Capela do Morro dos Coqueiros, (atual Basílica Velha) aberta à visitação pública, inaugurada em 26 de junho de 1745. Porém, o número de devotos aumentava, e exigia uma igreja maior. Neste espaço de tempo, mais um ilustre visitante a nossa Senhora, o Princípe Regente D. Pedro I, no dia 20 de Abril de 1822, na jornada que culminaria com a Independência do Brasil em 07 de Setembro do mesmo ano. A construção do  novo templo iniciou-se em 1834 e foi concluída em 1888, ano este em que Princesa Isabel, a redentora, assinou a Lei Áurea pondo fim a escravidão no Brasil. Tendo sido  elevada a Basílica Menor, em 29 de abril de 1908.

O Distrito de Aparecida foi criado pela Lei Provincial nº 19, em março de 1842, recebendo foros de Vila. Vinte anos depois, em 17 de dezembro de 1928, a Vila que se formou ao redor da Capela do Morro dos Coqueiros tornou-se município, emancipando-se de Guaratinguetá, pela Lei nº 2.312, elevando sua sede a categoria. Em 1929, Nossa Senhora foi proclamada Rainha  do Brasil e sua Padroeira Oficial, por determinação do Papa Pio XI.

Como descrito acima, o local atual onde se encontrava a imagem de Maria Santíssima, foi ficando pequeno perante o aumento do número de fiéis que de todas as partes vinham prestar homenagens e venerar a Santa. No dia 10/06/1946 houve a cerimônia de lançamento da pedra fundamental e respectiva benção por Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, um dos grandes incentivadores do novo templo. Presentes estavam o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Cardeais do Rio de Janeiro e São Paulo e outras autoridades. A pedra fundamental continha a singela inscrição: ”REGINAE BRASILIAE”, ou seja, Rainha do Brasil e junto com a pedra foi colocado um estojo com terra de Fátima trazida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, assim como outros documentos e a ata da cerimônia.

Dar-se-á início assim a construção do maior Santuário Mariano do Mundo, que em 1980 foi consagrado pelo Papa João Paulo II, eu sua visita Apostólica ao Brasil.


Toda graça alcançada nos faz lembrar dos três pescadores e das palavras de nosso Senhor Jesus Cristo a Pedro, quando o convida a segui-lo " Vinde após mim e vos farei pescadores de homens", e quantos homens foram pescados! Atualmente o Santuário recebe  aproximadamente 10 milhões de peregrinos ao ano.


No Ano de 2007, o Santuário foi novamente agraciado com a visita do sucessor de S. Pedro, o Santo Padre Bento XVI, por ocasião da 5º Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe e foram dias de grande júbilo junto a Nossa Senhora.
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a voz!

Por: José Ricardo Bedendo
30/08/2011

domingo, 28 de agosto de 2011

O Cânon Bíblico


O Cânon Bíblico
Fonte site Agnus Dei
 A Bíblia é formada pelos seguintes livros:

Antigo Testamento:
Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1Macabeus, 2Macabeus, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes (ou Coélet), Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Novo Testamento:
Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonicenses, 2Tessalonicenses, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filêmon, Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João, Judas e Apocalipse.
Portanto, o Antigo Testamento é formado por 46 livros e o Novo Testamento reúne 27 livros.
A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes: o hebraico, o aramaico e o grego (Koiné). Quase a totalidade do Antigo Testamento foi redigida em hebraico, embora existam algumas palavras, trechos ou livros em aramaico e grego. Quanto ao Novo Testamento, este foi completamente redigido em grego - a única exceção parece ser o livro de Mateus, originariamente escrito em aramaico, contudo esse original foi perdido de maneira que resta-nos hoje a versão em grego.
Quanto ao Antigo Testamento, a Bíblia protestante possui sete livros a menos que a Bíblia católica. Ocorre que a Igreja Católica, desde o início, utilizou a tradução grega da Bíblia chamada Septuaginta ou Versão dos Setenta (LXX). Essa tradução para o grego foi feita no séc. III aC, em Alexandria (Egito), por setenta e dois sábios em virtude da existência de uma grande comunidade judaica nessa cidade que já não mais compreendia a língua hebraica. Na época em que foi feita essa tradução, a lista (cânon) dos livros sagrados ainda não estava concluída, de forma que essa versão acabou abrigando outros livros, ficando mais extensa. Essa foi a Bíblia adotada pelos Apóstolos de Jesus em suas pregações e textos: das 350 citações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testamento, 300 concordam perfeitamente com a versão dos Setenta, inclusive quanto às diferenças com o hebraico.
Por volta do ano 100 dC, os judeus da Palestina se reuniram em um sínodo na cidade de Jâmnia e estabeleceram alguns critérios para formarem o seu cânon bíblico. Esses critérios eram os seguintes:
O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel.
O livro não poderia conter passagens ou textos em aramaico ou grego, mas apenas em hebraico.
O livro não poderia ter sido redigido após a época de Esdras (458-428 aC).
O livro não poderia contradizer a Lei de Moisés (Pentateuco).
Assim, os livros escritos por aquela enorme comunidade judaica do Egito não foram reconhecidos pelo sínodo de Jâmnia, por causa de seus critérios ultranacionalistas. Também em virtude desses critérios, o livro de Ester - que em parte alguma cita o nome de Deus - foi reconhecido como inspirado mas somente a parte escrita em hebraico; os acréscimos gregos, que incluíam orações e demonstravam a real presença de Deus como condutor dos fatos narrados, foram completamente desprezados, deixando uma lacuna irreparável.
Os livros não reconhecidos pelo sínodo da Jâmnia e que aparecem na tradução dos Setenta são tecnicamente chamados de deuterocanônicos, em virtude de não terem sido unânimemente aceitos. São, portanto, deuterocanônicos no Antigo Testamento os seguintes livros: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1Macabeus e 2Macabeus, além das seções gregas de Ester e Daniel.
Com a dúvida levantada pelo sínodo de Jâmnia, alguns cristãos passaram a questionar a inspiração divina dos livros deuterocanônicos. Os Concílios regionais de Hipona (393), Cartago III (397) e IV (419), e Trulos (692), bem como os Concílios Ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870), confirmaram a validade dos deuterocanônicos do Antigo Testamento, baseando-se na autoridade dos Apóstolos e da Sagrada Tradição.
Da mesma forma como existem livros deuterocanônicos no Antigo Testamento, também o Novo Testamento contém livros e extratos que causaram dúvidas até o séc. IV, quando a Igreja definiu, de uma vez por todas, o cânon do Novo Testamento. São deuterocanônicos no Novo Testamento os livros de Hebreus, Tiago, 2Pedro, Judas, 2João, 3João e Apocalipse, além de alguns trechos dos evangelhos de Marcos, Lucas e João.
Com o advento da Reforma Protestante, os evangélicos - a partir do séc. XVII1 - passaram a omitir os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento. Alguns grupos mais radicais chegaram - sem sucesso - a tentar retirar também os livros deuterocanônicos do Novo Testamento. É de se observar, dessa forma, que caem em grande contradição por não aceitarem os deuterocanônicos do Antigo Testamento enquanto aceitam, incontestavelmente, os deuterocanônicos do Novo Testamento.
1 O próprio Lutero (fundador da Reforma)
traduziu e publicou, para a língua alemã,
os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento. Fonte: Site: Agnus Dei.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Jornada Mundial da Juventude


Amados Irmãos em Cristo, saudações cordiais a todos. Terminou no domingo 21 de agosto mais uma Jornada Mundial da Juventude, onde mais uma vez a juventude Católica mostrou ao mundo que Jesus está muito presente na vida de todos e que somos nós que nos distanciamos de sua Santa presença.

Durante o evento, mais de 1.000.000 de pessoas se uniram emocionadas em oração pela Igreja, pelos Jovens e por todo o Mundo, com a presença do Santo Padre Bento XVI na vigília de oração no aeródromo de Cuatro Ventos, nos foi dado um grande exemplo de fé e força presente na Santa Igreja, mesmo com a chuva torrencial e ventos fortes, a multidão se manteve unida na fé e junto com o Santo Padre se mantiveram  firmes como a rocha, inabaláveis como que profetizando a palavra de Jesus a Pedro. “ Eu te declaro: tu és Pedro (rocha), e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” ( Mt- 16).

Foram dias inesquecíveis para quem participou, mas mesmo para quem como eu não pode estar presente, as mensagens edificantes passadas pelo Papa Bento XVI ecoam por todos os lados e nos fazem lembrar mais uma vez as palavras de Cristo. “Ide por todo o Mundo e pregai o evangelho a toda criatura ( Marcos 16-15).

Os frutos desta Jornada lançada como semente em solo fértil são necessários à juventude como um todo, não apenas a jovens católicos, mas a todos aqueles que de uma maneira ou outra se mostram tocados pelo Espírito Santo para que propaguem os ensinamentos de Jesus. Com certeza estas sementes darão muitos frutos, novas conversões e vocações em pessoas que assim como eu, estão retornando a Santa Igreja e conhecendo o verdadeiro Jesus pela sua Santa Igreja, que é Católica e  Apostólica a qual as forças infernais jamais serão capazes de triunfar.

Rezemos, pois pela frutificação das intenções desta Jornada, e rezemos também pela próxima que acontecerá no Brasil, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa no ano de 2013, ano que antecede um dos maiores eventos esportivos do Mundo. Rezemos pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, para que esteja firme a frente do rebanho de Cristo nos guiando com amor e verdade nestes dias confusos, onde inimigos de Deus e da Santa Igreja se mostram sem modéstia, como ovelhas quando no fundo são lobos ferozes tentando nos confundir espalhando dúvidas e incertezas na criação de milhares de seitas que se dizem cristãs. Recebamos agora dia 18 de Setembro a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Fé Católica e da Jornada Mundial da Juventude.

Oremos para que Maria Santíssima interceda por nós e nos afaste da tentação, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

Por: José Ricardo Bedendo.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Santuário de Nossa Senhora Aparecida


Saudações queridos irmãos em cristo, seguem mais algumas imagens do Santuário de Nossa Senhora Aparecida feitas por mim. Acima foi feita uma montagem panorâmica do Santuário e suas colunatas já com as estátuas dos Apóstolos instaladas. cada estátua tem 4 metros de altura e pesa 4 toneladas, futuramente colocarei fotos de cada um dos Apóstolos.


Acima Fotografia panorâmica da Capela da Ressurreição, onde estão depositados os restos mortais dos Arcebispos de Aparecida. A capela da Ressurreição fica na extremidade esquerda das Colunatas.


Rampa de Acesso ao estacionamento frontal.



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A confissão dos pecados


Todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros – são perdoados de uma vez por todas quando nos tornamos cristãos? Não, de acordo com a Bíblia ou com os primeiros Padres da Igreja. A Escritura não afirma em nenhum lugar que os nossos pecados futuros são perdoados. Ao contrário, Ela nos ensina a orar: "E perdoai-nos as nossas dívidas, como nós também temos perdoado aos nossos devedores." (Mt 6:12).

O meio pelo qual Deus perdoa pecados depois do batismo é a confissão: "Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade." (1Jo 1:9). Pecados menores ou veniais podem ser confessados diretamente a Deus, mas para pecados graves ou mortais, que esmagam a vida espiritual da alma, Deus instituiu um meio diferente para obter perdão: o sacramento conhecido popularmente como confissão,penitência ou reconciliação.
Este sacramento está enraizado na missão que Deus deu a Cristo como o Filho do Homem na terra para ir e perdoar pecados (cf. Mt 9:6). Assim, a multidão que testemunhou esse novo poder "glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens." (Mt 9:8; observe o plural "homens"). Depois da Sua ressurreição, Jesus transmitiu Sua missão de perdoar pecados aos seus ministros, dizendo-lhes "Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós... Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos." (Jo 20:21–23).
Visto que não é possível confessar todas as nossas muitas faltas diárias, sabemos que a reconciliação sacramental é necessária apenas para pecados graves ou mortais – mas é necessária, senão Cristo não teria ordenado isso.
Ao longo do tempo, mudaram as formas que o sacramento foi administrado. Na Igreja primitiva, pecados publicamente conhecidos (como apostasia) foram muitas vezes confessados abertamente na igreja, embora a confissão privada com um sacerdote fosse sempre uma opção para os pecados cometidos particularmente. Ainda assim, a confissão não era apenas algo feito em silêncio a Deus por si só, mas algo feito "na igreja", como o Didaqué (70 d.C.) indica.
As penitências também tendiam a ser executadas antes e não após a absolvição, e elas eram muito mais rigorosas que as de hoje (penitência de dez anos para o aborto, por exemplo, era comum na Igreja primitiva).
Mas o básico do sacramento sempre esteve lá, conforme revelam as citações seguintes. De especial significado é seu reconhecimento de que a confissão e a absolvição devam ser recebidas por um pecador antes de receber a Sagrada Comunhão, porque "todo aquele que... come o pão ou bebe o cálice do Senhor de forma indigna será culpado por profanar o corpo e o sangue do Senhor. "(1Cor 11:27).

A Didaqué
"Confessa teus pecados na igreja e não eleves tua oração com uma consciência má. Este é o modo de vida... No Dia do Senhor reuni-vos juntos, parti o pão e dai graças, depois de confessares tuas transgressões para que teu sacrifício possa ser puro." (Didaqué 4:14, 14:1 [70 d.C.]).

A Carta de Barnabé
"Vós deveis julgar retamente. Vós não deveis fazer um cisma, mas deveis pacificar aqueles que lutam por trazer-vos reunidos. Vós deveis confessar vossos pecados. Vós não deveis ir à oração com uma consciência má. Este é o caminho da luz." (Carta de Barnabé 19 [74 d.C]).

Inácio de Antioquia
"Para que todos quantos são de Deus e de Jesus Cristo estejam também com o bispo. E tantos quantos devam, no exercício de penitência, retornar para a unidade da Igreja, estes, também, devam pertencer a Deus, que eles possam viver de acordo com Jesus Cristo." (Carta aos Filadelfienses 3 [110 d.C.]).
"Porque onde há divisão e ira, Deus não habita. A todos eles que se arrependem, o Senhor concede perdão, se eles apresentam penitência para a unidade de Deus e a comunhão com o bispo." (idem, 8).

Ireneu
"[Os discípulos gnósticos de Marcos] têm iludido muitas mulheres... Suas consciências têm sido marcadas como acontece com um ferro quente. Algumas dessas mulheres fazem uma confissão pública, mas outras ficam envergonhadas de fazer isso, e, em silêncio, como se retirando de si mesmas a esperança de vida de Deus, elas apostatam inteiramente ou hesitam entre os dois cursos." (Contra as Heresias 1:22 [189 d.C.]).

Tertuliano
"[Com relação à confissão, alguns] fogem deste trabalho como sendo uma exposição de si mesmos, ou eles adiam de dia para dia.

Hipólito
"[O bispo conduzindo a ordenação do novo bispo deve orar:] Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... Derrame agora o poder que vem de Vós, do Vosso Espírito real, que destes ao Vosso amado Filho, Jesus Cristo, e que Ele deu aos seus santos apóstolos... e concedei a este Vosso servo, que Vós escolhestes para o episcopado, [o poder] para alimentar Vosso rebanho sagrado e para servir sem culpa como Vosso sumo sacerdote, ministrando dia e noite para propiciar incessantemente diante de Vosso rosto e para oferecer-Vos os dons da Vossa santa Igreja, e pelo Espírito de sumo sacerdócio ter a autoridade para perdoar pecados de acordo com Vosso mandamento." (Tradição Apostólica 3 [215 d.C.]).

Orígenes
"[Um método final de perdão], embora difícil e trabalhoso, [é] a remissão dos pecados por meio da penitência, quando o pecador... não se retrai de declarar seu pecado a um sacerdote do Senhor e de buscar remédio, após a forma dele que diz: 'Eu disse, "Ao Senhor acusar-me-ei de minha iniquidade"'" (Homilias sobre Levítico 2:4 [248 d.C.]).

Cipriano de Cartago
"O apóstolo [Paulo] da mesma forma dá testemunho e diz: ‘... Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor." (1Cor 11:27]. Mas [o impenitente] repele desdenhosamente e despreza todos esses avisos; antes de que seus pecados sejam expiados, antes de que eles tenham feito uma confissão de seus crimes, antes de que sua consciência tenha sido purgada na cerimônia e às mãos do sacerdote... eles fazem violência ao corpo e sangue [do Senhor], e com suas mãos e boca pecam contra o Senhor mais do que quando O negavam" (Os Decaídos 15:1–3 (251 d.C.]).
"De fé bem maior e temor salutar são aqueles que... confessam seus pecados aos sacerdotes de Deus de uma maneira franca e na tristeza, fazendo uma declaração aberta de consciência... Eu vos suplico, irmãos, que todos que pecaram confessem seus pecados enquanto ainda estão neste mundo, enquanto sua confissão ainda é admissível, enquanto a satisfação e a remissão feita através dos sacerdotes ainda são agradáveis diante do Senhor." (idem., 28).
"[Os] pecadores podem fazer penitência para um tempo determinado, e de acordo com as regras de disciplina vêm à confissão pública, e por imposição da mão do bispo e clero recebe o direito de comunhão. [Mas agora alguns] com seu tempo [de penitência] ainda não cumprido... eles são admitidos à comunhão, e seu nome é apresentado; e enquanto a penitência ainda não é realizada, a confissão ainda não é feita, as mãos do bispo e clero ainda não são postas sobre eles, a Eucaristia é dada a eles; contudo está escrito, 'Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.' [1Cor 11:27]" (Cartas 9:2 [253 d.C.]).
"E não penses, querido irmão, que vai ser reduzida a coragem dos irmãos, ou que os martírios falharão por esta causa, que a penitência seja diminuída para os decaídos, e que a esperança de paz [ou seja, a absolvição] seja oferecida ao penitente... Para os adúlteros mesmo um tempo de arrependimento é concedido por nós, e a paz é dada." (idem., 51[55]:20).
"Mas eu me pergunto se alguns são tão obstinados para pensar que o arrependimento não seja concedido aos decaídos, ou supor que o perdão é para ser negado ao penitente, quando está escrito, 'Lembra-te por que motivo estás caído, e arrepende-te, e faz as primeiras obras' [Ap 2:5], que certamente é dito a ele que evidentemente caiu, e a quem o Senhor exorta a levantar-se novamente por seus atos [de penitência], porque está escrito: 'A esmola livra da morte.' [Tb 12:9]" (idem, 51[55]:22).

O sábio persa Afrahat
"Vós [sacerdotes], então, que sois discípulos do nosso ilustre médico [Cristo], não deveis negar um curativo àqueles que necessitam de cura. E se alguém descobre a ferida dele antes de vós, dai-lhe o remédio do arrependimento. E aquele que tem vergonha de tornar conhecido sua fraqueza, encorajai-o para que ele não o esconda de vós. E quando ele vos tiver revelado, não o torne público, para que, por causa disso, o inocente possa ser considerado como culpado por nossos inimigos e por aqueles que nos odeiam." (Tratados 7:3 [340 d.C.]).

Basílio, o Grande
"É necessário confessar nossos pecados àqueles a quem é confiada a entrega dos mistérios de Deus. Aqueles fazendo penitência de antigos são encontrados para tê-la feito antes dos santos. Está escrito no Evangelho que eles confessaram seus pecados a João Batista [Mt 3:6], mas em Atos [19:18] eles confessaram aos apóstolos." (Regras Brevemente Tratadas 288 [374 d.C.]).

João Crisóstomo
"Os sacerdotes receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos, nem aos arcanjos. Foi dito a eles: 'Tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu'. De fato, os governantes temporais têm o poder de ligação; mas eles só podem ligar o corpo. Os sacerdotes, por outro lado, podem ligar com um vínculo que pertence à própria alma e transcende os próprios céus. [Deus] não lhes deu todos os poderes do céu? 'Àqueles a quem perdoardes os pecados,' diz, 'ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.' Que poder há maior do que este? O Pai deu ao Filho todo julgamento. E agora eu vejo o Filho colocando todo esse poder nas mãos dos homens [Mt 10:40; Jo 20:21–23]. Eles são elevados a esta dignidade como se eles já fossem recolhidos ao céu." (O Sacerdócio 3:5 [387 d.C.]).

Ambrósio de Milão
"Para aqueles a quem foi dado [o direito de ligação e separação], é óbvio que ambos são permitidos, ou nenhum é permitido. Ambos são permitidos para a Igreja, nenhum é permitido para a heresia. Porque este direito foi concedido somente aos sacerdotes." (Penitência 1:1 [388 d.C.]).

Jerônimo
"Se a serpente, o diabo, morde alguém secretamente, ele infecta essa pessoa com o veneno do pecado. E se quem foi mordido se mantém em silêncio e não faz penitência, e não quer confessar sua ofensa... então seu irmão e seu mestre, que têm a palavra [de absolvição] que vai curá-lo, não pode ajudá-lo." (Comentário sobre Eclesiastes 10:11 [388 d.C.]).

Agostinho
"Quando tiveres sido batizado, mantém uma vida boa nos mandamentos de Deus para que possas preservar teu batismo até o fim. Não te digo que viverás aqui sem pecado, mas eles são pecados veniais os quais esta vida nunca está sem. O Batismo foi instituído para todos os pecados. Para os pecados leves, sem os quais nós não podemos viver, a oração foi instituída... Mas não cometas aqueles pecados por conta dos quais tu terias de ser separado do corpo de Cristo. Que pereça o pensamento! Porque aqueles a quem vês fazendo penitência cometeram crimes, também adultério ou algumas outras maldades. É por isso que eles estão fazendo penitência. Se os pecados deles fossem leves, a oração diária bastaria para apagá-los... Na Igreja, portanto, há três maneiras de os pecados serem perdoados: nos batismos, na oração e na humildade maior de penitência." (Sermão aos Catecúmenos sobre o Credo 7:15, 8:16 [395 d.C.]).

Traduzido para o Veritatis Splendor por Marcos Zamith diretamente do original em inglês em http://www.catholic.com/library/Confession.asp 

Fonte: Veritatis Splendor
 
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